Rezemos juntos pedindo numerosas vocações a nossa Diocese de Amparo.
Secretariado Vocacional - Diocese de Amparo
"O sacerdote é o amor do coração de Jesus" (Cura d'Ars)
24 de jul. de 2014
Oração pelas Vocações.
23 de jul. de 2014
SER PADRE PARA SERVIR - DOM PEDRO CARLOS CIPOLLINI
SER
PADRE PARA SERVIR
Todas as vocações são dadas por Deus
e são sublimes. A grande e primeira vocação do ser humano é a filiação divina:
tornar-se em Jesus Cristo filhos e filhas de Deus. Jesus nos ensinou a chamar
Deus de Pai nosso. Esta vida de amor
filial a Deus, portanto, tem como consequência o amor fraternal aos irmãos.
Esta é nossa vocação primeira.
Porém Jesus deixou-nos a Igreja,
Povo de Deus que caminha neste mundo. Na Igreja temos vários carismas e
chamados, para múltiplas tarefas que constroem na caridade. Um destes carismas
é o serviço sacerdotal. Ser padre é sim um serviço. Ser para a comunidade um
sinal (sacramento) da presença de Jesus no meio de seu povo.
Este ser sinal de Jesus Cristo, é
uma vocação, é uma tarefa importante e necessária para o crescimento da Igreja.
Deve ser assumida com grande humildade, discernimento e determinação. Ser padre
é antes de tudo um serviço de amor (amoris
officium). Este serviço de amor é uma doação desinteressada que não tem
como objetivo a projeção de si mesmo, nem o lucro pessoal. “Há mais alegria em
dar que em receber” (At 20, 35).
O
padre deve ter sempre presente o que escreveu um grande santo e bispo de Milão
no terceiro século da Igreja: “O clérigo
que serve a Igreja de Cristo deve de
início considerar e traduzir o nome que leva e, depois de ter definido esse
nome, esforçar-se por ser o que o título exprime. A
palavra grega kléros significa parte , porção tirada em sorte: os
que levam o nome de clérigos levam-no porque são a parte do Senhor ou porque
tem o Senhor por parte. Aquele que
professa uma e outra coisa deve mostrar por seu comportamento que possui o
Senhor ou que é possuído por Ele. mas aquele que possui o Senhor e diz com o Profeta: O Senhor é minha herança (Sl 15,5;
72,26) não pode ter nada além do Senhor”(Santo Ambrósio,
Epist. 52,5 ad Nepontianum in- P L 22,
531).
Rezemos
pelos nossos padres e procuremos ajudá-los a viver esta sublime vocação a que
foram chamados.
Dom Pedro Carlos Cipollini
Bispo Diocesano de Amparo
31 de mar. de 2013
HOMILIA DO SANTO PADRE
FRANCISCO
Basílica Vaticana - Quinta-feira
Santa, 28 de março de 2013
Amados irmãos e irmãs,
Com alegria,
celebro pela primeira vez a Missa Crismal como Bispo de Roma. Saúdo com afecto
a todos vós, especialmente aos amados sacerdotes que hoje recordam, como eu, o
dia da Ordenação.
As Leituras e
o Salmo falam-nos dos «Ungidos»: o Servo de Javé referido por Isaías, o rei
David e Jesus nosso Senhor. Nos três, aparece um dado comum: a unção recebida
destina-se ao povo fiel de Deus, de quem são servidores; a sua unção «é para»
os pobres, os presos, os oprimidos… Encontramos uma imagem muito bela de que o
santo crisma «é para» no Salmo 133: «É como óleo perfumado derramado sobre a
cabeça, a escorrer pela barba, a barba de Aarão, a escorrer até à orla das suas
vestes» (v. 2). Este óleo derramado, que escorre pela barba de Aarão até à orla
das suas vestes, é imagem da unção sacerdotal, que, por intermédio do Ungido,
chega até aos confins do universo representado nas vestes.
As vestes
sagradas do Sumo Sacerdote são ricas de simbolismos; um deles é o dos nomes dos
filhos de Israel gravados nas pedras de ónix que adornavam as ombreiras do
efod, do qual provém a nossa casula actual: seis sobre a pedra do ombro direito
e seis na do ombro esquerdo (cf. Ex 28, 6-14). Também no peitoral estavam
gravados os nomes das doze tribos de Israel (cf. Ex 28, 21). Isto significa que
o sacerdote celebra levando sobre os ombros o povo que lhe está confiado e
tendo os seus nomes gravados no coração. Quando envergamos a nossa casula
humilde pode fazer-nos bem sentir sobre os ombros e no coração o peso e o rosto
do nosso povo fiel, dos nossos santos e dos nossos mártires, que são tantos
neste tempo.
Depois da
beleza de tudo o que é litúrgico – que não se reduz ao adorno e bom gosto dos
paramentos, mas é presença da glória do nosso Deus que resplandece no seu povo
vivo e consolado –, fixemos agora o olhar na acção. O óleo precioso, que unge a
cabeça de Aarão, não se limita a perfumá-lo a ele, mas espalha-se e atinge «as
periferias». O Senhor dirá claramente que a sua unção é para os pobres, os
presos, os doentes e quantos estão tristes e abandonados. A unção, amados
irmãos, não é para nos perfumar a nós mesmos, e menos ainda para que a
conservemos num frasco, pois o óleo tornar-se-ia rançoso... e o coração amargo.
bom sacerdote reconhece-se pelo modo como é
ungido o seu povo; temos aqui uma prova clara. Nota-se quando o nosso povo é
ungido com óleo da alegria; por exemplo, quando sai da Missa com o rosto de
quem recebeu uma boa notícia. O nosso povo gosta do Evangelho quando é pregado
com unção, quando o Evangelho que pregamos chega ao seu dia a dia, quando
escorre como o óleo de Aarão até às bordas da realidade, quando ilumina as
situações extremas, «as periferias» onde o povo fiel está mais exposto à
invasão daqueles que querem saquear a sua fé. As pessoas agradecem-nos porque
sentem que rezámos a partir das realidades da sua vida de todos os dias, as
suas penas e alegrias, as suas angústias e esperanças. E, quando sentem que,
através de nós, lhes chega o perfume do Ungido, de Cristo, animam-se a
confiar-nos tudo o que elas querem que chegue ao Senhor: «Reze por mim, padre,
porque tenho este problema», «abençoe-me, padre», «reze para mim»… Estas
confidências são o sinal de que a unção chegou à orla do manto, porque é
transformada em súplica – súplica do Povo de Deus. Quando estamos nesta relação
com Deus e com o seu Povo e a graça passa através de nós, então somos sacerdotes,
mediadores entre Deus e os homens.
O que pretendo
sublinhar é que devemos reavivar sempre a graça, para intuirmos, em cada pedido
– por vezes inoportuno, puramente material ou mesmo banal (mas só
aparentemente!) –, o desejo que tem o nosso povo de ser ungido com o óleo
perfumado, porque sabe que nós o possuímos. Intuir e sentir, como o Senhor
sentiu a angústia permeada de esperança da hemorroíssa quando ela Lhe tocou a
fímbria do manto. Este instante de Jesus, no meio das pessoas que O rodeavam
por todos os lados, encarna toda a beleza de Aarão revestido sacerdotalmente e
com o óleo que escorre pelas suas vestes. É uma beleza escondida, que brilha
apenas para aqueles olhos cheios de fé da mulher atormentada com as perdas de
sangue. Os próprios discípulos – futuros sacerdotes – não conseguem ver, não
compreendem: na «periferia existencial», vêem apenas a superficialidade duma
multidão que aperta Jesus de todos os lados quase O sufocando (cf. Lc 8, 42).
Ao contrário, o Senhor sente a força da unção divina que chega às bordas do seu
manto.
É preciso
chegar a experimentar assim a nossa unção, com o seu poder e a sua eficácia
redentora: nas «periferias» onde não falta sofrimento, há sangue derramado, há
cegueira que quer ver, há prisioneiros de tantos patrões maus. Não é,
concretamente, nas auto-experiências ou nas reiteradas introspecções que
encontramos o Senhor: os cursos de auto-ajuda na vida podem ser úteis, mas
viver a nossa vida sacerdotal passando de um curso ao outro, de método em
método leva a tornar-se pelagianos, faz-nos minimizar o poder da graça, que se
activa e cresce na medida em que, com fé, saímos para nos dar a nós mesmos
oferecendo o Evangelho aos outros, para dar a pouca unção que temos àqueles que
não têm nada de nada.
O sacerdote,
que sai pouco de si mesmo, que unge pouco – não digo «nada», porque, graças a
Deus, o povo nos rouba a unção –, perde o melhor do nosso povo, aquilo que é
capaz de activar a parte mais profunda do seu coração presbiteral. Quem não sai
de si mesmo, em vez de ser mediador, torna-se pouco a pouco um intermediário,
um gestor. A diferença é bem conhecida de todos: o intermediário e o gestor «já
receberam a sua recompensa». É que, não colocando em jogo a pele e o próprio
coração, não recebem aquele agradecimento carinhoso que nasce do coração; e
daqui deriva precisamente a insatisfação de alguns, que acabam por viver
tristes, padres tristes, e transformados numa espécie de coleccionadores de
antiguidades ou então de novidades, em vez de serem pastores com o «cheiro das ovelhas»
– isto vo-lo peço: sede pastores com o «cheiro das ovelhas», que se sinta este
–, serem pastores no meio do seu rebanho, e pescadores de homens.
É verdade que
a chamada crise de identidade sacerdotal nos ameaça a todos e vem juntar-se a
uma crise de civilização; mas, se soubermos quebrar a sua onda, poderemos
fazer-nos ao largo no nome do Senhor e lançar as redes. É um bem que a própria
realidade nos faça ir para onde, aquilo que somos por graça, apareça claramente
como pura graça, ou seja, para este mar que é o mundo actual onde vale só a
unção – não a função – e se revelam fecundas unicamente as redes lançadas no
nome d’Aquele em quem pusemos a nossa confiança: Jesus.
Amados fiéis,
permanecei unidos aos vossos sacerdotes com o afecto e a oração, para que sejam
sempre Pastores segundo o coração de Deus.
Amados
sacerdotes, Deus Pai renove em nós o Espírito de Santidade com que fomos
ungidos, o renove no nosso coração de tal modo que a unção chegue a todos,
mesmo nas «periferias» onde o nosso povo fiel mais a aguarda e aprecia. Que o
nosso povo sinta que somos discípulos do Senhor, sinta que estamos revestidos
com os seus nomes e não procuramos outra identidade; e que ele possa receber,
através das nossas palavras e obras, este óleo da alegria que nos veio trazer
Jesus, o Ungido.
Amem.
21 de fev. de 2013
Dom Pedro Carlos, Bispo Diocesano, escreve para o Blog Vocacional
QUEM É O BOM PASTOR? SOBRE A VOCAÇÃO PRESBITERAL!
Por Dom Pedro Carlos Cipolini
Bispo Diocesano de
Amparo
A figura do pastor era recorrente na época de Jesus.
Pastor era o que acompanhava, cuidava, velava e defendia o rebanho.
Estabelecia-se assim um intercâmbio significativo entre o pastor e o rebanho. O
pastor poderia dizer: este é o meu rebanho que ouve minha voz e me segue. E o
rebanho por sua vez, com suas atitudes demonstrava que conhecia e seguia o
pastor, esperando dele a indicação sobre o rumo a seguir.
Transpondo para hoje, o que Jesus disse, pois Ele se
comparou ao “Bom Pastor”, podemos ver nos sacerdotes, nos presbíteros da Igreja
os pastores que o Senhor Jesus colocou na Igreja, para sinalizarem que Ele
Jesus é o Bom Pastor. O padre de fato recebe um sacramento para ser sinal
verdadeiro e eficaz, agindo “in persona Christi”, em nome da pessoa,
como a pessoa de Cristo o verdadeiro pastor da Igreja que é seu rebanho.
Então? Quem é o bom pastor? O bom pastor é aquele que mais se parece com
Jesus. Neste sentido é inconcebível uma vocação sacerdotal que não brote do
amor, da admiração e do entusiasmo por Jesus Cristo, o Filho de Deus que se fez
homem na pobreza de Belém e do Calvário. Não é um santo ou um padre o modelo,
até pode ser mas, um modelo secundário enquanto este santo e este padre foram
ou são parecidos e fiéis a Jesus.
Esta
imitação de Jesus Cristo, o bom pastor, não é complicada de entender, é
sobretudo, dar a vida. Quem quer ser um presbítero não pode guardar a vida para
si, pois vai perdê-la. Quem quiser seguir-me negue-se a si mesmo, tome a cruz e
me siga-me ... quem perder a vida por mim, a encontrará (cf. Mt 16,24). E Jesus
diz aos discípulos: “Eu sou o bom pastor, o bom pastor dá a vida pelas ovelhas” (Jo 10,11). Imitar o bom
pastor é dar a vida, por Ele, por uma causa – o Reino, pelos irmãos. Dar a vida
um pouco por dia, até ser capaz de dá-la toda de uma vez.
Desta maneira,
podemos perguntar: uma pessoa egoísta, imatura, que está ainda olhando o
próprio umbigo, pensando em si mesmo e nos seu problemas em primeiro lugar,
teria vocação para o ministério sacerdotal? Podemos até dizer que sim, mas
deverá mudar sua personalidade como o fizeram os apóstolos após Pentecostes. De
homens, preocupados com o poder e a glória (quem sentará à direita e à esquerda
do chefe?) se tornaram missionários ardorosos.
O tempo do
seminário existe para isso, para que aconteça este “Pentecostes” na vida dos
candidatos ao ministério sacerdotal a fim de se tornarem bons pastores. Que
possam deixar o Espírito Santo agir para configurar em seus corações a imagem
de Jesus o bom Pastor.
Estamos
começando mais um ano no processo formativo, um ano promissor. O Seminário
Propedêutico terá mais espaço e aumentou o número dos vocacionados. O Seminário
Maior S. José está concluindo sua reforma e tem sua capacidade preenchida. Tanto
o reitor do Seminário S. José como o do Propedêutico Snt’Ana, fizeram cursos de
especialização nestas férias de fim de ano, para se capacitarem melhor, a fim de exercerem suas funções. Estamos
terminando a elaboração do nosso Diretório Diocesano para a Formação e as
normas para a convivência no Seminário. A Comissão de Formadores da Diocese já
tem suas reuniões marcadas e o nosso Presbitério está atento à formação dos
futuros presbíteros como pede nosso Diretório dos Presbíteros.
Tenho
esperanças de que o retiro inaciano feito pelos seminaristas de teologia em
Itaicí, dê frutos bons o ano todo. Também o retiro feito pelos de filosofia. E
que todos possam se dedicar ao estudo com afinco, pois se começa a ser um bom
pastor dando a vida pelo rebanho, através do empenho na preparação para o
ministério.
Um feliz ano
de 2013!
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