QUEM É O BOM PASTOR? SOBRE A VOCAÇÃO PRESBITERAL!
Por Dom Pedro Carlos Cipolini
Bispo Diocesano de
Amparo
A figura do pastor era recorrente na época de Jesus.
Pastor era o que acompanhava, cuidava, velava e defendia o rebanho.
Estabelecia-se assim um intercâmbio significativo entre o pastor e o rebanho. O
pastor poderia dizer: este é o meu rebanho que ouve minha voz e me segue. E o
rebanho por sua vez, com suas atitudes demonstrava que conhecia e seguia o
pastor, esperando dele a indicação sobre o rumo a seguir.
Transpondo para hoje, o que Jesus disse, pois Ele se
comparou ao “Bom Pastor”, podemos ver nos sacerdotes, nos presbíteros da Igreja
os pastores que o Senhor Jesus colocou na Igreja, para sinalizarem que Ele
Jesus é o Bom Pastor. O padre de fato recebe um sacramento para ser sinal
verdadeiro e eficaz, agindo “in persona Christi”, em nome da pessoa,
como a pessoa de Cristo o verdadeiro pastor da Igreja que é seu rebanho.
Então? Quem é o bom pastor? O bom pastor é aquele que mais se parece com
Jesus. Neste sentido é inconcebível uma vocação sacerdotal que não brote do
amor, da admiração e do entusiasmo por Jesus Cristo, o Filho de Deus que se fez
homem na pobreza de Belém e do Calvário. Não é um santo ou um padre o modelo,
até pode ser mas, um modelo secundário enquanto este santo e este padre foram
ou são parecidos e fiéis a Jesus.
Esta
imitação de Jesus Cristo, o bom pastor, não é complicada de entender, é
sobretudo, dar a vida. Quem quer ser um presbítero não pode guardar a vida para
si, pois vai perdê-la. Quem quiser seguir-me negue-se a si mesmo, tome a cruz e
me siga-me ... quem perder a vida por mim, a encontrará (cf. Mt 16,24). E Jesus
diz aos discípulos: “Eu sou o bom pastor, o bom pastor dá a vida pelas ovelhas” (Jo 10,11). Imitar o bom
pastor é dar a vida, por Ele, por uma causa – o Reino, pelos irmãos. Dar a vida
um pouco por dia, até ser capaz de dá-la toda de uma vez.
Desta maneira,
podemos perguntar: uma pessoa egoísta, imatura, que está ainda olhando o
próprio umbigo, pensando em si mesmo e nos seu problemas em primeiro lugar,
teria vocação para o ministério sacerdotal? Podemos até dizer que sim, mas
deverá mudar sua personalidade como o fizeram os apóstolos após Pentecostes. De
homens, preocupados com o poder e a glória (quem sentará à direita e à esquerda
do chefe?) se tornaram missionários ardorosos.
O tempo do
seminário existe para isso, para que aconteça este “Pentecostes” na vida dos
candidatos ao ministério sacerdotal a fim de se tornarem bons pastores. Que
possam deixar o Espírito Santo agir para configurar em seus corações a imagem
de Jesus o bom Pastor.
Estamos
começando mais um ano no processo formativo, um ano promissor. O Seminário
Propedêutico terá mais espaço e aumentou o número dos vocacionados. O Seminário
Maior S. José está concluindo sua reforma e tem sua capacidade preenchida. Tanto
o reitor do Seminário S. José como o do Propedêutico Snt’Ana, fizeram cursos de
especialização nestas férias de fim de ano, para se capacitarem melhor, a fim de exercerem suas funções. Estamos
terminando a elaboração do nosso Diretório Diocesano para a Formação e as
normas para a convivência no Seminário. A Comissão de Formadores da Diocese já
tem suas reuniões marcadas e o nosso Presbitério está atento à formação dos
futuros presbíteros como pede nosso Diretório dos Presbíteros.
Tenho
esperanças de que o retiro inaciano feito pelos seminaristas de teologia em
Itaicí, dê frutos bons o ano todo. Também o retiro feito pelos de filosofia. E
que todos possam se dedicar ao estudo com afinco, pois se começa a ser um bom
pastor dando a vida pelo rebanho, através do empenho na preparação para o
ministério.
Um feliz ano
de 2013!
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