19 de dez. de 2011

Mensagem de Natal - Dom Pedro Carlos Cipolini - Bispo Diocesano de Amparo


 Mensagem de Natal - Dom Pedro Carlos Cipolini - Bispo Diocesano de Amparo

Aos  queridos irmãos e irmãs no santo batismo,
aos sacerdotes e leigos de nossa  Diocese de Amparo,
saudação, paz e bênçãos no Senhor Jesus que  está entre nós!
 
Deus nos dá a graça de celebrar o natal. E o que celebramos? Celebramos sem dúvida o renascer da esperança. Como escreveu o poeta: uma criança nasceu e o mundo tornou a começar. Na perspectiva de um recomeço e de uma renovação da esperança é que podemos celebrar o natal. O profeta Isaías dá o tom da celebração e nos exorta: “Fortalecei as mãos enfraquecidas e firmai os joelhos debilitados. Dizei às pessoas deprimidas: Criai ânimo, não tenhais  medo!  Vede, é vosso Deus, é a recompensa de Deus;  é Ele que vem para nos salvar”
( Is 35, 3-4).
No dia a dia percebemos como as preocupações tomam conta de nós e muitas vezes, na pressa, nos esquecemos de viver. Muitos se deixam levar pela rotina ou pelo desencanto. Ano velho, velhos problemas, muitos sem solução. E então? Vamos ficar no escuro? Não, a perspectiva que temos é luminosa. Uma luz brilhou nas trevas!
O Evangelho de S. Lucas narra o nascimento de Jesus e o convite feito aos pobres pastores, para que fossem os primeiros a visitá-lo. “Um anjo do Senhor se apresentou. A glória do Senhor envolveu os pastores no resplendor e eles se aterrorizaram. O anjo lhes disse: não temais. Dou-vos uma boa notícia, uma grande alegria para todo o povo. Hoje nasceu para vós na cidade de Davi o Salvador, o Messias e Senhor” (Lc 2, 8-11). Neste relato singelo e eloquente ao mesmo tempo, somos convidados a nos colocar junto com os pastores.
É necessário fazer-se pequeno, para perceber a grandeza do momento que celebramos. Os pastores são convidados, e nós também com eles, a nos deixar envolver pela luz de Deus. Jesus é luz que brilha na escuridão. Nas trevas deste mundo brilha a luz de Deus manifestada em Jesus. Como nós gostamos da luz! Natal, de certa forma, é a festa das luzes que enfeitam as cidades. E é mesmo festa de luzes. Somos todos convidados a nos deixar iluminar pela luz do menino Jesus. Ele tem o poder de liberar em nós as luzes que de forma egoísta retemos dentro de nós. Deixemo-nos iluminar por Ele e seremos capacitados a ser também nós, luz para o mundo.
Os anjos convidam à alegria. Quando nasce uma criança a alegria se espalha e o contentamento é compartilhado até com estranhos. A alegria do natal brota da fé em Deus, mas não em um Deus qualquer. Mas, fé em um Deus que nos ama e manifesta este amor vindo ao nosso encontro. Pode haver uma alegria maior do que a alegria de um encontro, onde o amor é o laço forte que une e unifica? Em Jesus Deus vem até nós, entra na história humana e nos salva. Se Deus faz parte da humanidade, se ele é passageiro nesta viagem, a humanidade está salva, pois atingirá sua meta, não há de fracassar.
Luz, alegria e paz, compõem o anúncio dos anjos no natal. Passamos o ano todo buscando a paz e sabemos como ela é valiosa. É um dom de Deus e devemos pedir incessantemente: dai-nos a paz, dai-nos Senhor a vossa paz! Mas a paz é também uma construção nossa. Somos nós que abrimos espaço para que o dom da paz possa se instalar e permanecer entre nós. Sejamos construtores da paz, apesar de nossa fragilidade. Sejamos construtores de um mundo de perdão e solidariedade. Sem estes valores não pode haver nem justiça nem paz.
Jesus nasce pobre, pequenino e frágil para que não nos desanimemos diante de nossas falhas e fraquezas. Ele nos enriquece com sua pobreza, para que possamos nos fortalecer na esperança. Quando Jesus nasce tudo se torna repleto de esperança. Deixemos que Ele nasça em nossos corações, para que a esperança nos alimente neste ano novo que iremos iniciar.
Onde há esperança não tem lugar para o medo. Caminhemos na esperança, porque Jesus é nosso companheiro de caminhada na estrada da vida.
Desejo a todos um Santo e feliz natal. Em especial desejo cumprimentar e agradecer a tantos irmãos e irmãs que encontrei nas minhas visitas pastorais pela Diocese este ano.  O encontro com tantas e tantas pessoas de boa vontade, que praticam o bem a partir de sua fé em Deus é um sinal de que o nascimento de Jesus não foi em vão. Agradeço os votos e mensagens recebidos e retribuo a todos
Vamos iniciar o novo ano com muita fé e esperança. A esperança não decepciona ( cf. Rm 5,5) e é nela que vos convido a caminhar neste ano que se inicia.
Sejam todos abençoados “em nome de Jesus”, contem sempre com minhas orações e atenção de pastor e pai.


Dom Pedro Carlos Cipolini
Bispo Diocesano de Amparo

Seminaristas recebem Ministérios de Leitor e Acólito

 Seminaristas recebem Ministérios de Leitor e Acólito

Com o fim de dar a Deus o culto devido e prestar um serviço adequado ao povo de Deus, a Igreja estabeleceu desde tempos muito remotos alguns ministérios segundo os quais se confiava aos fiéis exercer ofícios na liturgia e na caridade, acomodados aos diversos tempos e circunstâncias. Alguns destes cargos ou ofícios mais estreitamente ligados com a liturgia, quer dizer com o culto divino, foram pouco a pouco tidos como instituições prévias à recepção das ordens sagradas, concretamente ao diaconato e ao sacerdócio.
O Papa Paulo VI diz que desde tempos antiqüíssimos a Igreja instituiu ministérios com duas funções: a primeira é render a Deus o devido culto (Liturgia), e a segunda é de prestar serviço ao povo de Deus (Caridade). Assim, como está escrito no Catecismo da Igreja: “Os ministérios devem ser exercidos em espírito de serviço fraterno e dedicação à Igreja, em nome do Senhor”. (C.I.C., 2039). Tais encargos, muitas vezes, eram conferidos dentro de um rito especial, mediante a uma benção implorada de Deus.
Quatro seminaristas da Diocese de Amparo foram instituídos nos ministérios de leitor e acólito, durante Celebração Eucarística realizada no dia 09/12/2011, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Pedreira. A celebração foi presidida pelo bispo dom Pedro Carlos.
Foram instituídos nos ministérios de leitor e acólito: André Luiz Rossi, Bruno Pereira Gandolphi, Eder Pradella de Oliveira e Flavio Ferreira da Silva. 
O leitor é instituído para proferir as leituras da sagrada Escritura, exceto o Evangelho. Pode igualmente propor as intenções para a oração universal e, faltando o salmista, proferir o salmo entre as leituras. O acólito é instituído para o serviço do altar e auxiliar o sacerdote e o diácono. Compete-lhe principalmente preparar o altar e os vasos sagrados, e, se necessário, distribuir aos fiéis a Eucaristia, da qual é ministro extraordinário.
Os ministérios e as diversas funções que o Povo de Deus exerce na Igreja, por meio da liturgia, revelam a profunda riqueza da unidade visível da Igreja. Por isso, cabe cuidar, para que, a celebração litúrgica expresse e estimule a caridade e um profundo sentido religioso de partilha entre os irmãos, evitando todo e qualquer tipo de individualismo e divisão, para que desta forma, possamos manifestar à unidade visível do corpo de Cristo, que é a Igreja.
         

10 de out. de 2011

Celibato Sacerdotal

Estudo: maioria dos padres é feliz no celibato

Entrevista com o Pe. Stephen Rossetti

Por Genevieve Pollock
 
           WASHINGTON, segunda-feira, 10 de outubro de 2011 (ZENIT.org) – Os sacerdotes, em geral, estão entre os membros mais felizes da sociedade, declara o padre Stephen Rossetti, e, contrariamente à opinião laicista, muitos consideram o celibato como um aspecto positivo da vocação. Estas são algumas conclusões destacadas por Rossetti em “Por que os sacerdotes são felizes?” (Ave Maria Press).
            O autor, decano associado no seminário e nos programas ministeriais da Universidade Católica da América, também escreveu “Nascimento da Eucaristia”, “A alegria do Sacerdócio”, e “Quando o leão ruge”. Psicólogo licenciado, Rossetti foi presidente do Instituto Saint Luke, um centro de tratamento e educação para o clero e os religiosos.
          O autor fez uma pesquisa com 2.500 sacerdotes e chegou a conclusões que a sociedade moderna acharia surpreendentes.
           Nesta entrevista a ZENIT, ele fala da pesquisa e da relação entre a felicidade de um sacerdote e a sua proximidade com Deus e com os outros, além da esperança para o futuro do sacerdócio.
ZENIT: Sua pesquisa diz que os sacerdotes estão entre as pessoas mais felizes do mundo. Por que não ouvimos falar desta felicidade mais vezes?
Pe. Rossetti: Esse constante achado da felicidade nos sacerdotes continua sendo um segredo. Por quê? Primeiro, porque as boas notícias não são notícia. As tragédias e os escândalos enchem as capas, mas caras de sacerdotes felizes não. Em segundo lugar, porque a secularização da nossa cultura gera uma espécie de negativismo contra a religião organizada. Existe a crença secular de que praticar a fé deve ser algo restritivo e triste. Escutar que os sacerdotes estão entre as pessoas mais felizes é incrível. O fato da felicidade clerical é um desafio poderoso e fundamental para a concepção secular moderna.
ZENIT: Quais são os fatores básicos da felicidade de um sacerdote?
Pe. Rossetti: Eu tive que fazer uma equação de regressão múltipla até encontrar as variáveis mais importantes. A primeira e mais forte foi a variável da “paz interior”. Os que transmitiam uma imagem positiva e uma sensação de paz interior foram os mais felizes entre os sacerdotes. Curiosamente, a minha pesquisa demonstrou que o item mais poderoso da paz interior é a relação pessoal com Deus. A correlação deu uma r=.55, que é uma correlação muito forte em ciências sociais. E de onde vem a paz interior? Quando você tem uma relação sólida com Deus, você tem muita paz interior. Jesus prometeu. “Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz”.
Foi muito emocionante para mim ver as verdades do Evangelho dispostas diante dos meus olhos em forma de estatísticas. Só encontramos a paz verdadeira e duradoura em Deus. E claro, também a relação pessoal com Deus foi um indicativo da felicidade. De novo uma correlação importante (r=.53). A nossa vida espiritual é um poderoso contribuinte para a paz interior e para a felicidade pessoal.
ZENIT: Qual é o papel das relações interpessoais, com a família, os amigos, os fiéis, na felicidade de um sacerdote?
Pe. Rossetti: Tem outra equação de regressão múltipla que eu fiz. Perguntei qual era o indicativo mais forte numa relação com Deus, qual variável parecia contribuir mais para uma relação positiva com Deus. A resposta foi clara: ter amigos próximos (a correlação foi de r=.46). Desenvolver uma relação sadia com os outros nos ajuda a nos conectar com Deus. O isolamento provoca infelicidade. Fomos feitos para nos relacionar com os outros. A ampla maioria dos sacerdotes pesquisados, mais de 90%, tem amizades sólidas com outros padres e com leigos. Uma das grandes alegrias e apoios para a vida de um sacerdote é a conexão com os outros. O conceito laicista de que os sacerdotes são pessoas solitárias, isoladas, não é verdade. A felicidade sacerdotal aumentou nos últimos anos e é provável que ela aumente mais ainda. Só 3,1% dos sacerdotes na pesquisa estava pensando em deixar o sacerdócio. Considerando a enorme pressão contra o sacerdócio na atualidade, e os muitos desafios reais, isto é muito importante.
ZENIT: E o celibato? Como ele se relaciona com a felicidade de um sacerdote?
Pe. Rossetti: Também foi interessante. Os sacerdotes chamados por Deus a viver uma vida célibe, apesar das dificuldades, parecem ser homens felizes. A correlação entre essa visão positiva do celibato e a felicidade sacerdotal foi r=.47. Mais de 75% dos sacerdotes consideram o celibato uma parte positiva da vida deles. Prevemos que essa porcentagem vai aumentar no futuro, já que são os sacerdotes jovens que defendem com mais energia o celibato. Ao contrário da mentalidade laicista, o apoio ao celibato sacerdotal aumentará no futuro nos sacerdotes dos Estados Unidos. Está desaparecendo esse tema “polêmico” entre os padres no país. Mas este é o desafio. Uma coisa é aceitar o celibato como uma parte necessária da vida do sacerdote, mas precisa de um profundo nível de espiritualidade para experimentar o celibato como um dom de Deus e uma graça pessoal. Uma profundidade de vida muito concreta. Refletindo nos resultados do estudo, eu me sinto muito inspirado pelo compromisso e pela vitalidade espiritual da vida desses padres. Esta é a verdadeira realidade das conclusões do estudo: os nossos sacerdotes são homens santos e felizes.
Fonte: ZENIT

Seminaristas participam de Novena no Santuário Nacional de Aparecida

Seminaristas vão ao Santuário Nacional de Aparecida

Dom Pedro Carlos fora convidado para o 6º Dia da Novena em preparação à festa de Nossa Senhora Aparecida, no Santuário Nacional. Foram também os Semináriastas do Seminário São José, juntamente com o Pe. Tarlei, Reitor, e os jovens do Curso Propedêutico para acompanhá-lo.

7 de out. de 2011

O sacerdote no século 21, segundo cardeal Piacenza

Prefeito da Congregação para o Clero traça o perfil do padre

         LOS ANGELES, quinta-feira, 6 de outubro de 2011 (ZENIT.org) – “Dispensadores dos mistérios de Cristo” e “sinais seguros de referência e de esperança para quem procura a plenitude, o sentido, o fim, a felicidade”. O prefeito da Congregação para o Clero, cardeal Mauro Piacenza, traçou um perfil do sacerdote do século XXI, diante do clero de Los Angeles, onde está participando, a convite do novo arcebispo, da reunião anual de padres hispânicos nos Estados Unidos.
           “Num mundo anêmico de oração e de adoração, o sacerdote é, em primeiro lugar, o homem da oração, da adoração, do culto, da celebração dos santos mistérios. Num mundo imerso em mensagens consumistas, pansexuais, atacado pelo erro, apresentado nos aspectos mais sedutores, o sacerdote deve falar de Deus e das realidades eternas, e, para fazê-lo com credibilidade, deve ser apaixonadamente crente, como também limpo”.
            Segundo o prefeito da Congregação para o Clero, “o sacerdote deve dar a impressão de estar em meio às pessoas como quem parte de uma lógica e fala uma língua diferente dos outros”.
“Ele não é como os outros. O que se espera dele é precisamente que não seja como os outros.”
         Uma resposta
         Em referência ao contexto atual, o cardeal afirmou que “num mundo de violência e egoísmo, o sacerdote deve ser o homem da caridade”.
        “Das alturas puríssimas do amor de Deus, do qual ele tem uma particularíssima experiência, desce até o vale onde muitos vivem a solidão, a incomunicabilidade, a violência, para lhes anunciar misericórdia, reconciliação e esperança”.
          “O sacerdote responde às exigências da sociedade, fazendo-se voz de quem não tem voz: os pequenos, os pobres, os velhos, oprimidos, marginalizados”, continuou. “Não pertence a si mesmo, e sim aos outros; compartilha as alegrias e as dores de todos, sem distinção de idade, categoria social, procedência política, prática religiosa. É o guia da porção do povo que lhe foi confiada, pastor de uma comunidade formada por pessoas”, em que cada uma tem um nome, uma história, um destino, um segredo.
         Missão
        O cardeal Piacenza também falou da missão do sacerdote no século XXI, que corresponde “a uma vocação eterna que se realiza na plena comunhão com Deus”.
        “Tem a difícil tarefa, mas eminente, de guiar as pessoas com a maior atenção religiosa e com o escrupuloso respeito da sua dignidade humana, do seu trabalho, dos seus direitos”, destacou.
          “O sacerdote não duvidará em entregar a vida, seja numa breve, mas intensa temporada de dedicação generosa e sem limites, ou numa doação cotidiana, longa. O sacerdote deve proclamar ao mundo a mensagem eterna de Cristo, na sua pureza e radicalidade”, afirmou em outro momento.
E completou: “Não deve rebaixar a mensagem, mas confortar as pessoas; deve dar à sociedade, anestesiada pelas mensagens de alguns diretores ocultos, detentores dos poderes que se impõem, a força libertadora de Cristo”.
          Modelo de estabilidade
          Segundo Piacenza, “um sacerdote deve ser ao mesmo tempo pequeno e grande, nobre de espírito como um rei, simples e natural como um plebeu”.
            O sacerdote tem que ser “um herói na conquista de si, o soberano dos seus desejos, um servidor dos pequenos e fracos; que não se humilha perante os poderosos, mas se inclina perante os pobres e pequenos, discípulo de seu Senhor e cabeça de sua grei”.
           Ao se dirigir aos sacerdotes da arquidiocese, o purpurado destacou os resultados de uma pesquisa sobre Dachau. Segundo os sobreviventes desse campo de concentração nazista, em meio àquele inferno, os que se mantiveram equilibrados por mais tempo foram os sacerdotes católicos.
           O cardeal Piacenza explicou como: “Porque eles eram conscientes da sua vocação, tinham sua escala hierárquica de valores, sua entrega ao ideal era total, eram conscientes da sua missão específica e dos motivos profundos que a sustentavam”.
           O purpurado também falou da necessidade de sacerdotes íntegros no contexto atual, caracterizado pela instabilidade na família, no trabalho, nas instituições. “O sacerdote deve ser, constitucionalmente, um modelo de estabilidade e de maturidade, de entrega plena ao seu apostolado”.
          Vida e ministério
           Diante da “secularização, gnosticismo, ateísmo em suas várias formas”, que “estão reduzindo cada vez mais o espaço do sagrado”, e diante da desordem moral e da pobreza espiritual, “a vida e o ministério do sacerdote ganham importância decisiva e urgente atualidade”.
Segundo o prefeito da Congregação para o Clero, “o verdadeiro campo de batalha da Igreja é a paisagem secreta do espírito do homem, e não se entra ali sem muito tato, compunção, além da graça de estado prometida pelo sacramento da ordem”. 
          O purpurado também advertiu: “A Igreja é capaz de resistir a todos os ataques, a todos os assaltos que as potências políticas, econômicas e culturais podem desencadear contra ela, mas não resiste ao perigo que provém do esquecimento desta palavra de Jesus”.
Finalmente, perguntou “de que serviria um sacerdote tão semelhante ao mundo que se tornasse um padre mimetizado e não fermento transformador?”.
          “Não se pode dar um presente mais precioso a uma comunidade do que um sacerdote segundo o coração de Cristo. A esperança do mundo consiste em contar, também para o futuro, com o amor de corações sacerdotais límpidos, fortes e misericordiosos, livres e mansos, generosos e fiéis”, afirmou.
E exortou os padres a ficarem unidos e serem santos: “Além das inquietações e contestações que agitam o mundo, e são sentidas também dentro da Igreja, há forças secretas, escondidas e fecundas em santidade”.
Fonte: ZENIT

29 de set. de 2011

Reminiscências do Ano Sacerdotal

          
Reminiscências do Ano Sacerdotal

    Durante o ano de 2009 o Papa Bento XVI, por ocasião do 150º aniversário natalício de São João Maria Vianney, Patrono dos párocos, proclamou solenemente um ano Sacerdotal (2009-2010). “O sacerdócio é o amor do coração de Jesus”, disse o Papa recordando as palavras do Santo Cura D’Ars, colocando-o como referência deste Ano e, exemplo, não só dos párocos mas de todos os sacerdotes do mundo.
              Em sua Carta de abertura do Ano Sacerdotal, cita a grandeza do sacerdócio na visão do Santo patrono: Oh como é grande o padre! (…) Se lhe fosse dado compreender-se a si mesmo, morreria. (…) Deus obedece-lhe: ele pronuncia duas palavras e, à sua voz, Nosso Senhor desce do céu e encerra-se numa pequena hóstia”. E ao explicar aos seus fiéis a importância dos sacramentos, dizia: “Sem o sacramento da Ordem, não teríamos o Senhor. Quem O colocou ali naquele sacrário? O sacerdote. Quem acolheu a vossa alma no primeiro momento do ingresso na vida? O sacerdote. Quem a alimenta para lhe dar a força de realizar a sua peregrinação? O sacerdote. Quem o há de preparar para comparecer diante de Deus, lavando-a pela última vez no sangue de Jesus Cristo? O sacerdote, sempre o sacerdote. E se esta alma chega a morrer [pelo pecado], quem a ressuscitará, quem lhe restituirá a serenidade e a paz? Ainda o sacerdote. (…) Depois de Deus, o sacerdote é tudo”!(...)
               Com profunda convicção, o Papa recorda-nos trechos da vida deste Santo, sobretudo dos momentos em que servia a Deus em seus paroquianos, na pequena Ars, aldeia incrédula e tão distante de Deus. Soube insistentemente mostrar a Pessoa do próprio Cristo, sobretudo em muitas horas que atendia a confissão, no carinho com que tratava os doentes ao visitá-los, pelo zelo com que ensinava as verdades da fé às crianças que se preparavam para a Primeira Eucaristia, na piedade e temor com que celebrava a Santa Missa, oferecendo-se em sacrifício pela salvação de seus fiéis: “Como faz bem um padre oferecer-se em sacrifício a Deus todas as manhãs”! Organizava missões, arrecadava fundos para suas obras caritativas, embelezava a sua Igreja e dotava-a de alfaias sagradas. Sobretudo, ensinava a seus paroquianos o amor e o respeito por Jesus na Eucaristia, despertava com seu exemplo o gosto pela oração, pelo jejum e pelas práticas devocionais como o Rosário. Fiel devoto da Santíssima Virgem soube muitas vezes recorrer a sua Imaculada intercessão para conduzir e educar o seu povo, para permanecer fiel em meio aos devaneios de Ars.
           Também nos recorda a magnífica Carta Encíclica Sacerdotii nostri primordia, publicada em 1959 pelo Saudoso Papa João XXIII no centenário da morte do Cura D’Ars, em que cita os três conselhos evangélicos: Pobreza, Obediência e Castidade, presentes na vida do Cura D’Ars. Viveu ele, segundo suas condições de Presbítero a pobreza, quando sabia arrecadar os donativos e do mesmo modo, dá-los aos seus pobres, as famílias necessitadas, e as suas obras sócio-caritativas, sendo desapegado para si e interessado pelos outros. Viveu a castidade, como se requeria a um sacerdote, pelo seu exemplo a ações do dia-a-dia. Seus fiéis percebiam seu olhar casto, e ao mesmo tempo sua paixão por Cristo e por sua Igreja. Também viveu a obediência, quando aceitou o encargo de guiar Ars, e obediente, fazia o máximo para isto.
             Não demorou muito para a fama do “Santo Cura de Ars se espalhar por toda a França. Ars se tornou como muitos diziam “Um hospital de almas”. “A graça que ele obtinha, [diz o Papa], era tão forte que iam a sua procura sem lhes deixar um momento de trégua”! Acrescenta ainda a humildade com que instruía e a força com que se deixava conduzir. E é esta força que deve ser a torrente que conduz o múnus sacerdotal de cada sacerdote “Um bom pastor, um pastor segundo o coração de Deus, é o maior tesouro que o bom Deus pode conceder a uma paróquia e um dos dons mais preciosos da misericórdia divina”. Ele deve ser mediador, ser a ponte que conduz o homem a Deus, à sua redenção. “Com a Palavra e os Sacramentos do seu Jesus, João Maria Vianney sabia instruir o seu povo, ainda que frequentemente suspirasse convencido da sua pessoal inaptidão a ponto de ter desejado diversas vezes subtrair-se às responsabilidades do ministério paroquial de que se sentia indigno, mas com exemplar obediência, ficou sempre no seu lugar, porque o consumia a paixão apostólica pela salvação das almas”.
       O Ano Sacerdotal proporcionou a toda a Igreja, inspirada pela vida do Cura D’Ars e guiada pela ação do Espírito Santo uma maior edificação de sua vocação, como povo profético e sacerdotal. Deixemo-nos levar pela Voz de Cristo, Bom Pastor para que sejamos realmente, e coerentemente, verdadeiros construtores do Reino do Senhor.

Por: André Canhassi - Vocacionado do Curso Propedêutico Sant'Ana - Diocese de Amparo

28 de set. de 2011

Papa fala aos Seminaristas

Papa aos seminaristas: fidelidade à vocação é possível“Se Deus quer a vocação, é Ele quem a sustenta”
              ROMA, terça-feira, 27 de setembro de 2011 (ZENIT.org) – Ainda que o mundo mude, é possível permanecer fiel à vocação sacerdotal: esta foi a mensagem do Papa no último sábado, em um discurso espontâneo a cerca de 60 seminaristas, com quem teve um encontro na capela do seminário de Freiburg.
           Este era o único discurso, de todos os que o Pontífice pronunciou na sua viagem apostólica à Alemanha, que não foi escrito previamente.
           Em resposta às inquietudes dos seminaristas, o Papa explicou qual é o significado do tempo que um aspirante a sacerdote passa no seminário. Para isso, tomou uma passagem do Evangelho de Marcos sobre a instituição dos Doze, que reflete uma dupla vontade de Jesus sobre seus discípulos: “estar com Ele” e “ser enviados” a uma missão.
           A contraposição entre ambas as vontades é só aparente, explicou o Papa aos jovens: “Como sacerdotes, devemos sair aos múltiplos caminhos nos quais os homens se encontram, para convidá-los ao seu banquete nupcial. Mas só podemos fazer isso permanecendo sempre junto a Ele”.
“E aprender isso, esse sair, ser enviados, permanecendo junto a Ele, é – acho – precisamente o que temos de aprender no seminário.”
           Outro dos elementos fundamentais do seminário, acrescentou Bento XVI, é “aprender a confiança” em Cristo, aprender a confiar-lhe a própria vocação: “Se Ele a quer realmente, então posso me confiar a Ele”.
           Se Cristo quer essa vocação, Ele não a deixará morrer, disse o Papa: “Se Ele me ama, então também me sustentará; na hora da tentação, na hora do perigo, estará presente e me dará pessoas, me mostrará caminhos, me sustentará”.
           O Papa sublinhou também dois outros aspectos da vida do seminário: o da importância de aprender a viver “com a Palavra” e o de aprender o que significa “ser Igreja”.
Com relação ao primeiro aspecto, disse que a chave para poder escutar Cristo é “aprender a escutá-lo de verdade – na Palavra da Sagrada Escritura, na fé da Igreja, na liturgia da Igreja – e aprender o hoje em sua Palavra”.
           Se a pessoa vive com a Palavra, percebe que ela “não está longe, em absoluto, mas que é atualíssima, está presente agora, refere-se a mim e refere-se aos outros. E então aprendo também a explicá-la. Mas, para isso, é preciso um caminho constante com a Palavra de Deus”.
Com relação a aprender a ser Igreja, o Papa sublinhou que somente no “nós” é possível crer em Cristo.
           “São Paulo escreveu que a fé vem da escuta, não da leitura. Precisa também da leitura, mas vem da escuta, isto é, da palavra vivente, das palavras que os outros me dirigem e que posso escutar; das palavras da Igreja através de todos os tempos, da palavra atual que esta me dirige por meio dos sacerdotes, bispos, irmãos e irmãs”, afirmou.
           “Nós somos Igreja: sejamos Igreja! Sejamos Igreja precisamente nesse abrir-nos e ir além de nós mesmos; sejamos Igreja junto aos outros.”
             Por último, o Papa falou aos seminaristas sobre a importância do estudo e da boa formação.
            “Nosso mundo hoje é um mundo racionalista e condicionado pela cientificidade.” Diante disso, a fé “não é um mundo paralelo do sentimento, que nos permitimos além disso como um 'plus', mas é o que abraça o todo, lhe dá sentido, o interpreta e lhe dá também as diretrizes éticas interiores, para que seja compreendido e vivido frente a Deus e a partir de Deus”.
            Por isso, o Papa sublinhou a importância de “estar informados, compreender, ter a mente aberta, aprender”.
             Ainda que as modas filosóficas mudem, concluiu o Papa, “não é inútil aprender estas coisas, porque nelas também há elementos duradouros. E sobretudo, com isso aprendemos a julgar, a acompanhar mentalmente um raciocínio – e a fazê-lo de forma crítica – e aprendemos a fazer que, ao pensar, a luz de Deus nos ilumine e não se apague”.
           “Estudar é essencial: somente assim podemos enfrentar a nossa época e anunciar-lhe o logos da nossa fé”, acrescentou.
Fonte: ZENIT

16 de ago. de 2011

Por que ser padre? Os seminaristas da Diocese de Amparo respondem!


Encontro Vocacional Diocesano

A Pastoral Vocacional promove neste próximo domingo, dia 21, no Centro de Pastoral Nossa Senhora do Amparo, Catedral Diocesana, das 9:00 às 16:00, mais um Encontro Vocacional.

Vocação Sacerdotal - Porque não ser Padre?


Certa vez li em um livro chamado "Jesus de Nazaré", do Papa Bento XVI, um lindo trecho que tratava da real missão de Nosso Senhor no mundo. O texto dizia que "se Jesus não trouxe a paz aos povos, o bem estar a todos, enfim, o que é então que Jesus trouxe ao vir?" Com uma resposta marcante e simples, Bento XVI disse que Jesus veio trazer Deus!
Ser Padre é exatamente isso, trazer Deus ao mundo sedento Dele. O padre, como dizia São João Maria Vianney, "é o amor do coração de Jesus". Ser Padre é ser pai, no real significado da palavra. O pai que espera a volta de um filho que se perdeu, e ao reencontrá-lo perdoa-lhe, sem nem lhe perguntar por onde andara. Ser padre é ser pastor, no mais belo sentido do ofício. O pastor que cuida de suas ovelhas, especialmente as mais necessitadas. Ser Padre é ser caminho para a vida: "O homem vive da verdade e do fato de ser amado, de ser amado pela verdade. Ele precisa de Deus do Deus que se aproxima dele e que lhe explica o sentido da vida e assim lhe indica o caminho da vida." (Jesus de Nazaré, pg. 240)
Ser padre é ser o Cirineu de muitas pessoas que passam por nossas vidas e, sem nem nos conhecer direito, nos ama e nos quer ajudar no caminho, diante das cruzes. Ser padre é aflorar o mais belo sentido de ser humano que, como Jesus tem a capacidade de nos trazer esperança, de nos trazer Deus, todos os dias de nossas vidas, nas Santas Missas.
Um ser humano que de tanto amar foi retirado do meio do povo, e por tanto querer continuar amando foi devolvido a ele por Deus, como presente do Seu próprio coração!
Então, porque não ser Padre? Por que não consumir sua vida no amor pelo próximo?
Me lembro que, quando criança, associava a imagem do sacerdote a do super-heroi da TV. Fiquei frustrado, pois os herois quando perdiam os poderes já não serviam pra mais nada, não podiam salvar o mundo, enfim, deparei-me com sua mera humanidade. Recordo que já decidido de minha vocação, quis voltar no tempo e fazer a mesma comparação, foi então que deparei-me não com um super-heroi, mas muito mais que isso, deparei-me com o padre! O humano que não tem poderes visíveis, mas que é capaz de perdoar nossos pecados, capaz de anunciar a esperança aos corações desacreditados, capaz de dar amor aos que julgamos não merecer, dar a vida aos que, por vezes achávamos sem jeito. Percebi que o padre, muito mais que o super-heroi, podia salvar o mundo, salvando as almas! Não podia voar, mas era capaz de nos trazer o céu em cada comunhão! Não podia estar ao nosso lado quando necessitássemos, e estivéssemos longe, mas era capaz de nos fazer crer que havia um Deus que nos amava e, por isso, não estaríamos sozinhos!
Hoje, o padre, de fato, não é mais visto como antigamente. Hoje, o padre não está nos gibis de super-herois, ou na TV. O padre não é ovacionado por uma multidão quando salva uma alma. Não é aplaudido por milhares, quando dizendo a verdade, contrariando o mundo. Na verdade, caros amigos, o padre não precisa de nada disso, pois ele é como um coração que, escondido dentro do corpo, não sai nas fotos, nem nos jornais, mas faz questão de bater para pulsar a vida, somente por amor.
Jovem, não tenha medo de entregar sua vida e consumi-la pela Igreja em função do próximo. Deus, no fim das contas, não nos tira nada, pelo contrário, nos dá muito mais, confiando a vida dos outros à nós... Na verdade, nunca conheceremos verdadeiramente o que é ser Padre, pois como dizia o santo cura d'Ars: "...se soubéssemos, morreríamos, não de pavor, mas de amor!"

Parabéns a todos os Padres que nos trazem o que mais necessitamos: Deus; naquilo que de melhor possuem; eles. Que seja eternamente assim; o humano se encontrando com o divino, no mais lindo desejo de se confundirem e se tornarem um!

Lucas Lastória da Conceição está no Seminário São José, tem vinte anos e está cursando seu primeiro ano de Filosofia, na PUC Campinas.

5 de ago. de 2011

Retiro dos Seminaristas de Amparo


Os seminaristas de nossa diocese estiveram essa semana em retiro espiritual na cidade de Mogi Mirim. O retiro aconteceu na casa de Retiros “Monte Alverne”, com início na segunda-feira (01/04), tendo terminado na quinta-feira (04/08), quando nosso Bispo, D. Pedro Carlos, e o reitor do seminário, Pe.Tarlei Navarro, concelebraram a Eucaristia com o pregador do retiro, Pe. Edson Luis Andretta, presbítero recém chegado à Diocese que auxilia a paróquia de Cristo Rei, em Águas de Lindóia.
O retiro marcou o início das atividades dos seminaristas neste segundo semestre. Neste final de semana próximo (06-07), eles retomam também as atividades pastorais, para, na segunda-feira (08), iniciarem o segundo semestre dos estudos universitários. 

Mês Vocacional - Dia do Padre


DIA DO PADRE 

                  Em todas as profissões e postos de comando, existem no correr da história figuras notáveis ou pelo talento ou pela ação ou, até mesmo pelo escondimento. Exemplos notáveis não faltam na Igreja de quem se notabilizaram ou felizmente pela inteligência, pela ação evangelizadora ou, até mesmo pela simplicidade e humildade de suas vidas.
                  Ao celebrar a festa litúrgica de São João Maria Vianney, pároco exemplar na história, não muito distante no tempo, da Igreja, somos – os padres – convidados a contemplar a vida operosa, dedicada e sublimada deste nobre e conhecido clérigo da Igreja da França.
                 É ele constituído pelo Papa, como modelo luminoso de quem, fiel a sua sublime vocação tornou-se em todos os assuntos a figura modelar de um verdadeiro pároco, que na paróquia assume como que o posto de pai exemplar de todas as famílias.
Não é difícil na vida atual da Igreja encontrar sacerdotes silenciosos, humildes e dedicados que no seu zelo pastoral são luzes bem claras da ação do sacerdote. Homens de oração, portanto de união íntima com Deus, de dedicação sacrificada ao bem dos irmãos, do desprendimento das coisas materiais, sabem viver integralmente em união mística como o fundador da Igreja: Jesus Cristo. Não fica difícil lembrar a figura do Cura D’Ars como modelo e protótipo do verdadeiro ministro de Deus.
              Como prova da aceitação do céu à vida exemplar deste humilde sacerdote francês, seu corpo não foi consumido pela terra e se encontra perfeitamente íntegro em seu oratório silencioso e glorioso no altar lateral da igreja paroquial de Ars, na França. Tem-se a impressão de o Santo ter deixado a terra minutos antes.
               Tive a felicidade de celebrar a missa neste altar, com o cálice que era de seu uso diário no tempo de sua vida terrena. Além disso, sente-se um clima de sobrenatural beleza diante daquele humilde altar em que o corpo de São João Maria Vianney se vê intacto como se estivera vivo.
               A festa do dia 4 de agosto em homenagem a São João Maria Vianney traz à mente de todos os sacerdotes do mundo o cuidadoso zelo pelas suas obrigações pastorais, pela sua dedicação ao povo de Deus e pela sua união mística com o Senhor do céu.
             É este o santo que a Igreja apresenta como modelo para o padre diocesano: viver na oração, dedicar-se exclusivamente aos que dele precisam e respirar um clima sobrenatural do contínuo contato com Deus pela vida contemplativa.
               São João Maria Vianney atrai, pela sua vida, os que na aspiração sobrenatural do sacerdócio guardam no coração o desejo sincero de viver na simplicidade os fulgores da vivencia amorosa com Deus. A festa de São João Maria Vianney é um humilde e eloquente convite a todos os párocos para gozarem no dia a dia do seu sacerdócio – que é eterno – as belezas místicas que emanam do exemplo luminoso da vida deste protetor que a Igreja nos apresenta como modelo exemplar da vida pastoral de nossas paróquias.

 Dom Benedicto de Ulhoa Vieira

Arcebispo Emérito de Uberaba - MG

Fonte: CNBB

25 de jul. de 2011

Entrevista com Dom Pedro Carlos

Dom Pedro Carlos, em entrevista, fala sobre o Ano Sacerdotal, um ano depois.


  1. O que significou o Ano Sacerdotal decretado pelo papa Bento XVI? Qual foi objetivo?
O Ano Sacerdotal foi um período de 19/06/2009 a 19/06/2010 dedicado aos sacerdotes do mundo inteiro. O papa Bento XVI quis assim, comemorar os 150 anos da morte do padroeiro dos párocos, São João Batista Maria Vianney, conhecido como Cura D’Ars, que viveu na França entre 1786 e1859. Foi pároco exemplar destacando-se por seu zelo pastoral e santidade de vida. O objetivo do Ano Sacerdotal, em relação aos padres foi fomentar o empenho de renovação interior de todos os sacerdotes, para um testemunho evangélico vigoroso. Em relação aos demais fiéis, foi provocar reflexão sobre o papel e a importância da missão do sacerdote na Igreja e no mundo contemporâneo.Foi um evento extraordinário que no seu encerramento reuniu milhares de sacerdotes na Praça S. Pedro em Roma. Conseguiu evidenciar o lado positivo e a autoestima dos sacerdotes do mundo inteiro.

  1. Qual a importância do sacerdote na Igreja e na Sociedade?
A importância do sacerdote na Igreja é considerável. É uma função eclesial relacionada à paternidade, por isso a palavra padre=pai para designar o sacerdote. É homem da Palavra e da Oração, da Eucaristia: homem de Deus. Na Igreja o sacerdote, colaborador do Bispo, exerce a função do pastor, aquele que cuida, nutre e serve, a exemplo de Jesus Cristo que “amou a Igreja e se entregou por ela” (Ef 5, 25). Na nossa sociedade o padre tem, por vários fatores, inclusive históricos, um papel relevante. Aqui mesmo em Campinas quantas iniciativas construtivas para a vida do povo não foram tomadas e levadas avante por sacerdotes? Basta pensar na Santa Casa fundada pelo Pe. Vieira, a PUC por Mons. Salim e Dom Barreto. Nossa cidade tem inúmeros logradouros e estabelecimentos públicos que sinalizam com nome de sacerdotes, a importância que tiveram na sociedade.

  1. Como os fiéis devem posicionar?
Acolhendo os sacerdotes e procurando aceitá-los na fé, apesar dos seus limites, pois não são super-homens. O sacerdote é de uma grandiosidade ímpar: “É expressão do amor do coração de Jesus”, no dizer do Cura D’Ars. Mas é humano! Por isso a postura dos fiéis deve ser de colaborar com os padres. Mesmo quando esta colaboração deva ser na forma de correção fraterna. Alguns padres têm falhas que chamam atenção, geram desaprovação, mas são exceções. Uma árvore ou outra que tomba na floresta faz muito barulho, mas a maioria absoluta das outras árvores, continuam em silêncio crescendo e purificando o ar com seu trabalho. É o que acontece com os sacerdotes.

  1. Escolher um padre para rezar pela sua santificação?
É uma pratica salutar, muitos fiéis já a adotam. O sacerdote reza pela comunidade e para a comunidade e a comunidade deve rezar por seus sacerdotes. O pároco é a vocação sacerdotal confiada à comunidade para que ela a cultive e alimente sempre, com suas preces, acolhida e seu amor. Devemos rezar, sobretudo para que os padres permaneçam fiéis à própria vocação até o fim, com paciência e coragem, não buscando somente resultados, mas  sendo testemunhas do amor misericordioso de Deus.

  1. Como se dá o chamado de Deus para o jovem ser sacerdote?
Está aí um mistério. Lendo os relatos bíblicos das vocações dos profetas e outros escolhidos por Deus, percebemos que a escolha é de Deus, Ele é quem toma a iniciativa. Jesus deixa claro, “fui eu que vos escolhi” (Jo 15,16). Porque Ele escolhe um e não outro? São segredos que pertencem à misericórdia de Deus. Agora, ao chamado corresponde a resposta, e aí entra a generosidade de cada um. Aquele que responder sim deverá assumir seu sim com alegria, fidelidade, paciência. A resposta positiva de um jovem ao chamado de Deus também é um mistério que pertence á ação da graça. Graça que anima o jovem a assumir a vida apostólica pública, na qual ele, ao mesmo tempo que é tirado do meio dos outros, pela escolha de Deus, é “atirado” no meio dos irmãos para  amar e servir como pastor até o fim de sua vida.

  1. Sente-se feliz como sacerdote, bispo?
 Sim, penso que Deus confirmou minha vocação (já são trinta e três anos de sacerdócio e agora bispo) fazendo-me cada dia mais feliz e sereno, no cumprimento de minhas obrigações. Sinto que não me enganei, sei em quem acreditei.E tudo que fiz como sacerdote e faço como bispo o faço em nome de Jesus, que é meu lema de vida desde minha ordenação. Apesar de minhas limitações, cada dia, renovo meu sim ao chamado e recomeço com os olhos postos em Deus e no seu povo a quem devo servir. Tudo que a Igreja me solicitou e solicita, procuro realizar da melhor maneira possível, entendendo que o ministério ordenado é um ministério eclesial. Peço a cada dia as luzes do Espírito Santo para poder discernir sempre qual a vontade de Deus para mim, e assim poder realizar-me sempre mais em minha vocação ao cumpri-la. Vejo que a missão do bispo é árdua, exigente e muitas vezes o bispo está só. Mas aí Jesus Cristo o conforta, pois é o amigo certo nas horas incertas, Ele é o caminho para a verdade e a vida e Nele o bispo tem se porto seguro, sua rocha firme.

  1. Tem alguma mensagem ou conselho aos sacerdotes?
Se puder dizer algo neste sentido, o conselho que dou é que cuidem bem da vocação, não descuidem do primeiro amor, do zelo e alegria de servir que marcam os primeiros tempos de sacerdote. O que é mais triste e faz o povo sofrer é perceber que o padre,  tem vocação para o sacerdócio mas acabou assumindo-o por conveniência, ou está descuidando de sua vocação. É preciso, que o padre cuide de seu lado emocional, de sua afetividade, de sua espiritualidade e aqui a oração tem um papel importantíssimo.  A mensagem que deixo é esta: oração é o sustento vigoroso do sacerdote, chamado primeiro a estar com Jesus, ser seu amigo e discípulo e depois ser missionário. De fato, Jesus “instituiu doze, para que ficassem como ele e para enviá-los a pregar”(Mc 3,14).

20 de jun. de 2011

Pastoral Vocacional promoveu o V Encontro Vocacional

Pastoral Vocacional promoveu o V Encontro Vocacional

            A Pastoral Vocacional promoveu neste último domingo, dia 19, o V Encontro Vocacional. O Encontro aconteceu no Seminário de Filosofia e Teologia São José, na cidade de Pedreira. Os jovens tiveram a oportunidade de conhecer as dependências do Semninário, local de formação dos futuros sacerdotes da Diocese de Amparo.



Blog achega aos 5000 acessos

Blog da Pastoral Vocacional chega aos 5 000 acessos!

         O Papa Bento XVI por ocasião do 45 ano Mundial das Comunicações Sociais, afirmou a grande importancia a Internet como um instrumento de comunicação à serviço da Verdade, anúncio e autencticidade de vida,na era digital. Veja a mensagem do Papa.

MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI
PARA O 45º DIA MUNDIAL
DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS
 
Verdade, anúncio e autenticidade de vida, na era digital

Queridos irmãos e irmãs!
             Por ocasião do XLV Dia Mundial das Comunicações Sociais, desejo partilhar algumas reflexões, motivadas por um fenómeno característico do nosso tempo: a difusão da comunicação através da rede internet. Vai-se tornando cada vez mais comum a convicção de que, tal como a revolução industrial produziu uma mudança profunda na sociedade através das novidades inseridas no ciclo de produção e na vida dos trabalhadores, também hoje a profunda transformação operada no campo das comunicações guia o fluxo de grandes mudanças culturais e sociais. As novas tecnologias estão a mudar não só o modo de comunicar, mas a própria comunicação em si mesma, podendo-se afirmar que estamos perante uma ampla transformação cultural. Com este modo de difundir informações e conhecimentos, está a nascer uma nova maneira de aprender e pensar, com oportunidades inéditas de estabelecer relações e de construir comunhão.
           Aparecem em perspectiva metas até há pouco tempo impensáveis, que nos deixam maravilhados com as possibilidades oferecidas pelos novos meios e, ao mesmo tempo, impõem de modo cada vez mais premente uma reflexão séria acerca do sentido da comunicação na era digital. Isto é particularmente evidente quando nos confrontamos com as extraordinárias potencialidades da rede internet e a complexidade das suas aplicações. Como qualquer outro fruto do engenho humano, as novas tecnologias da comunicação pedem para ser postas ao serviço do bem integral da pessoa e da humanidade inteira. Usadas sabiamente, podem contribuir para satisfazer o desejo de sentido, verdade e unidade que permanece a aspiração mais profunda do ser humano.
             No mundo digital, transmitir informações significa com frequência sempre maior inseri-las numa rede social, onde o conhecimento é partilhado no âmbito de intercâmbios pessoais. A distinção clara entre o produtor e o consumidor da informação aparece relativizada, pretendendo a comunicação ser não só uma troca de dados, mas também e cada vez mais uma partilha. Esta dinâmica contribuiu para uma renovada avaliação da comunicação, considerada primariamente como diálogo, intercâmbio, solidariedade e criação de relações positivas. Por outro lado, isto colide com alguns limites típicos da comunicação digital: a parcialidade da interacção, a tendência a comunicar só algumas partes do próprio mundo interior, o risco de cair numa espécie de construção da auto-imagem que pode favorecer o narcisismo.
           Sobretudo os jovens estão a viver esta mudança da comunicação, com todas as ansiedades, as contradições e a criatividade própria de quantos se abrem com entusiasmo e curiosidade às novas experiências da vida. O envolvimento cada vez maior no público areópago digital dos chamados social network, leva a estabelecer novas formas de relação interpessoal, influi sobre a percepção de si próprio e por conseguinte, inevitavelmente, coloca a questão não só da justeza do próprio agir, mas também da autenticidade do próprio ser. A presença nestes espaços virtuais pode ser o sinal de uma busca autêntica de encontro pessoal com o outro, se se estiver atento para evitar os seus perigos, como refugiar-se numa espécie de mundo paralelo ou expor-se excessivamente ao mundo virtual. Na busca de partilha, de «amizades», confrontamo-nos com o desafio de ser autênticos, fiéis a si mesmos, sem ceder à ilusão de construir artificialmente o próprio «perfil» público.
            As novas tecnologias permitem que as pessoas se encontrem para além dos confins do espaço e das próprias culturas, inaugurando deste modo todo um novo mundo de potenciais amizades. Esta é uma grande oportunidade, mas exige também uma maior atenção e uma tomada de consciência quanto aos possíveis riscos. Quem é o meu «próximo» neste novo mundo? Existe o perigo de estar menos presente a quantos encontramos na nossa vida diária? Existe o risco de estarmos mais distraídos, porque a nossa atenção é fragmentada e absorvida por um mundo «diferente» daquele onde vivemos? Temos tempo para reflectir criticamente sobre as nossas opções e alimentar relações humanas que sejam verdadeiramente profundas e duradouras? É importante nunca esquecer que o contacto virtual não pode nem deve substituir o contacto humano directo com as pessoas, em todos os níveis da nossa vida.
           Também na era digital, cada um vê-se confrontado com a necessidade de ser pessoa autêntica e reflexiva. Aliás, as dinâmicas próprias dos social network mostram que uma pessoa acaba sempre envolvida naquilo que comunica. Quando as pessoas trocam informações, estão já a partilhar-se a si mesmas, a sua visão do mundo, as suas esperanças, os seus ideais. Segue-se daqui que existe um estilo cristão de presença também no mundo digital: traduz-se numa forma de comunicação honesta e aberta, responsável e respeitadora do outro. Comunicar o Evangelho através dos novos midia significa não só inserir conteúdos declaradamente religiosos nas plataformas dos diversos meios, mas também testemunhar com coerência, no próprio perfil digital e no modo de comunicar, escolhas, preferências, juízos que sejam profundamente coerentes com o Evangelho, mesmo quando não se fala explicitamente dele. Aliás, também no mundo digital, não pode haver anúncio de uma mensagem sem um testemunho coerente por parte de quem anuncia. Nos novos contextos e com as novas formas de expressão, o cristão é chamado de novo a dar resposta a todo aquele que lhe perguntar a razão da esperança que está nele (cf. 1 Pd 3, 15).
            O compromisso por um testemunho do Evangelho na era digital exige que todos estejam particularmente atentos aos aspectos desta mensagem que possam desafiar algumas das lógicas típicas da web. Antes de tudo, devemos estar cientes de que a verdade que procuramos partilhar não extrai o seu valor da sua «popularidade» ou da quantidade de atenção que lhe é dada. Devemos esforçar-nos mais em dá-la conhecer na sua integridade do que em torná-la aceitável, talvez «mitigando-a». Deve tornar-se alimento quotidiano e não atracção de um momento. A verdade do Evangelho não é algo que possa ser objecto de consumo ou de fruição superficial, mas dom que requer uma resposta livre. Mesmo se proclamada no espaço virtual da rede, aquela sempre exige ser encarnada no mundo real e dirigida aos rostos concretos dos irmãos e irmãs com quem partilhamos a vida diária. Por isso permanecem fundamentais as relações humanas directas na transmissão da fé!
            Em todo o caso, quero convidar os cristãos a unirem-se confiadamente e com criatividade consciente e responsável na rede de relações que a era digital tornou possível; e não simplesmente para satisfazer o desejo de estar presente, mas porque esta rede tornou-se parte integrante da vida humana. A web está a contribuir para o desenvolvimento de formas novas e mais complexas de consciência intelectual e espiritual, de certeza compartilhada. Somos chamados a anunciar, neste campo também, a nossa fé: que Cristo é Deus, o Salvador do homem e da história, Aquele em quem todas as coisas alcançam a sua perfeição (cf. Ef 1, 10). A proclamação do Evangelho requer uma forma respeitosa e discreta de comunicação, que estimula o coração e move a consciência; uma forma que recorda o estilo de Jesus ressuscitado quando Se fez companheiro no caminho dos discípulos de Emaús (cf. Lc 24, 13-35), que foram gradualmente conduzidos à compreensão do mistério mediante a sua companhia, o diálogo com eles, o fazer vir ao de cima com delicadeza o que havia no coração deles.
          Em última análise, a verdade que é Cristo constitui a resposta plena e autêntica àquele desejo humano de relação, comunhão e sentido que sobressai inclusivamente na participação maciça nos vários social network. Os crentes, testemunhando as suas convicções mais profundas, prestam uma preciosa contribuição para que a web não se torne um instrumento que reduza as pessoas a categorias, que procure manipulá-las emotivamente ou que permita aos poderosos monopolizar a opinião alheia. Pelo contrário, os crentes encorajam todos a manterem vivas as eternas questões do homem, que testemunham o seu desejo de transcendência e o anseio por formas de vida autêntica, digna de ser vivida. Precisamente esta tensão espiritual própria do ser humano é que está por detrás da nossa sede de verdade e comunhão e nos estimula a comunicar com integridade e honestidade.
            Convido sobretudo os jovens a fazerem bom uso da sua presença no areópago digital. Renovo-lhes o convite para o encontro comigo na próxima Jornada Mundial da Juventude em Madrid, cuja preparação muito deve às vantagens das novas tecnologias. Para os agentes da comunicação, invoco de Deus, por intercessão do Patrono São Francisco de Sales, a capacidade de sempre desempenharem o seu trabalho com grande consciência e escrupulosa profissionalidade, enquanto a todos envio a minha Bênção Apostólica.
Vaticano, Festa de São Francisco de Sales, 24 de Janeiro de 2011.

3 de jun. de 2011

Comemoração pelos 60 anos de sacerdócio do Papa Bento

Preparativos para comemorar 60º aniversário de sacerdócio do Papa

Orações pelas vocações e pela santificação do clero

WASHINGTON, quinta-feira, 2 de junho de 2011 (ZENIT.org) - Por ocasião do 60º aniversário da ordenação sacerdotal do Papa, que será comemorado no dia 29 de junho, a Congregação para o Clero convidou os católicos do mundo inteiro a comemorar com 60 horas de oração eucarística pelas vocações e pela santificação do clero.
               Os bispos dos Estados Unidos estão exortando as paróquias a preparar-se para a comemoração do aniversário. Publicaram uma declaração na qual explicam que as dioceses do mundo inteiro estão organizando orações diante do Santíssimo Sacramento no mês de junho.
Algumas celebrações terminarão no dia 1º de julho, festa do Sagrado Coração de Jesus e Dia Mundial de Oração pelos Sacerdotes.
               "Pedimos às dioceses e paróquias que compartilhem informações sobre como celebrarão o aniversário na oração", destaca da declaração. As informações podem ser enviadas para clergy@usccb.org.
O arcebispo de Nova Iorque e presidente da Conferência Episcopal dos Estados Unidos, Dom Timothy Dolan, destacou a importância desta celebração, em uma carta enviada aos bispos na semana pesada.
                 Nela, definiu as orações pelas vocações como "uma intenção meritória" e um sacrifício espiritual apropriado "em sinal de gratidão pelo exemplo e pelo serviço de Bento XVI".
                "Um aumento do número e da santidade dos sacerdotes que prestam seu serviço em nossas dioceses é um sinal de saúde e vitalidade na Igreja", acrescentou.
                  O arcebispo de St, Louis e presidente da Comissão para o Clero, a Vida Consagrada e as Vocações dos bispos dos Estados Unidos, Dom Robert Carlson, declarou que o aniversário "é uma oportunidade excepcional para agradecer pelo nosso Santo Padre, rezar por todos os nossos sacerdotes e pedir ao Senhor mais vocações ao sacerdócio".
                  "O Santo Padre é um modelo excepcional de ministério sacerdotal e de serviço à Igreja - acrescentou. Em sua Mensagem para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações, ele recordou aos fiéis que todos nós temos a responsabilidade de rezar pelas vocações; esta é uma grande oportunidade para fazer isso."
                   Para o aniversario da ordenação sacerdotal do Papa, a Comissão para o Clero, a Vida Consagrada e as Vocações da Conferência Episcopal dos Estados Unidos também criou um cartão de oração, que pode ser baixado em http://www.foryourvocation.org/.